perdoar

Sabe aquela menina que rouba suas amigas pois é a mais linda e nova do pedaço? Essa era a Stephanie, tinha cachinhos loiros de Cinderella e olhos azuis celestiais, mas tinha acabado de roubar minha melhor amiga. Era a hora do recreio, e as meninas tinham ido ao parquinho, cheguei alguns minutos depois e perguntei se poderia sentar junto com elas no gira-gira. Stephanie virou para mim e disse: “você não!” e deu um tapa na minha cara, literalmente

Foi o primeiro tapa literal na cara que recebi em minha vida, doeu bastante a bochecha direita, mas o que mais doeu foi meu coraçãozinho de cinco anos. A minha jornada de inúmeras histórias de perdão começou naquele dia.

Eu tenho certeza que não existe nenhum ser humano que não precisou um dia perdoar, ou que não precisou ser perdoado. Perdão faz parte da vida, mas o engano é achar que aprendemos a perdoar uma vez por todas.

Creio que existe um conceito errado que rodeia as pessoas por aí. Que perdoar é abraçar seu inimigo, ser “tapete” de um maldoso, sair para dar risada com o invejoso. Perdoar é esquecer sim, mas não é emburrecer.

Nós perdoamos não apenas por obediência, mas sim porque entendemos que perdoar nos liberta e nos leva a ser mais parecido com Ele. Apenas damos o que temos, quando entendemos o quanto já fomos perdoados, é com este perdão que recebemos Dele que conseguimos perdoar o outro.

Perdoar é entregar, entregar o desejo de justiça, entregar a dor e sofrimento para as mãos daquele que sabe melhor. As vezes esse processo demora alguns minutos, outras vezes alguns meses, mas persevere na entrega. Quando você menos esperar, aquilo que te magoou será uma lembrança sem dor.

– Z.L.