meus cadernos

Tenho inúmeros cadernos que preenchi com desejos, sonhos, indagações e tristezas. Sempre que tinha um dia nublado, ou colorido demais, corria para o meu quarto e escrevia uma carta ao meu Pai. Comecei isso aos 10 anos e cada ano tinha um caderno novo, porém ultimamente não tinha escrito quase nada. Peguei um dos cadernos mais lindos que tenho e resolvi sentar e ler.

Vi desenhos e figuras toscas, comentários lesados, partes de poemas bregas – basicamente tudo que você pode imaginar. Porém no meio de tanta coisa (brega e legal) eu vi que nada foi ignorado. Tantas perguntas já respondidas, tantas lágrimas enxugadas, tantas risadas fotografadas, tantos momentos congelados. Nunca foi em vão.

Hoje quero escrever uma carta de novo para meu Pai. Não uma carta falando o quanto eu preciso Dele, o quanto eu queria uma resposta sobre minha situação, o quanto quero decifrar minhas indagações – mas sim o quanto eu Lhe agradeço por nunca ter me ignorado, por nunca ter me abandonado, por nunca ter sido indiferente comigo.

Muitas vezes o tempo passa e nem percebemos o quanto já tivemos respostas, de quanto já fomos amadas e cuidadas. Mas parecemos seres insaciáveis por mais respostas, por mais dinheiro, por mais carinho, por mais atenção. A satisfação parece ser tão longe do nosso alcance quando ela já está batendo à nossa porta.

Que hoje venhamos reconhecer o que já foi escrito, uma linda história de amor, um dueto com Ele, uma poesia profunda de amor que nos constrange sempre. Mesmo quando não O sentimos, Ele já nos deu prova suficiente de amor: Jesus Cristo. Que hoje a gratidão seja o nosso combustível para percorrer essa estrada chamada vida.

Z.L.