
bendito medidor humano
Eu me lembro da primeira vez que percebi que não era como todos os meus amiguinhos. Estávamos brincando e um menino joselito fez a careta ‘clássica’ de puxar os olhos com as duas mãos. Nunca tinha visto isso antes, fiquei tentando entender se ele estava querendo ser como eu, ou estava me caçoando – é claro que depois de um segundo todos caíram na risada e logo entendi a piada sem graça.
Os anos se passaram, e os meus olhos nunca me incomodaram, mas por outro lado havia outros aspectos em minha vida que me tiravam a leveza. Se estivesse isolada da sociedade, a comparação nunca teria sido algo para ser vencido. Nunca veria um corpo diferente do meu, uma casa melhor que a minha, uma roupa mais moderna que a minha, uma inteligência diferente da minha, etc.
Confesso que na minha infância e adolescência, pouco me comparava com as pessoas, quase nunca. Estava demais de preocupada fazendo planos para minha vida adulta. Chegou então a idade adulta e todos esses planos começaram a se desmoronar, me encontrava perdida. Assim, sem permissão alguma, entrou o maior ladrão do contentamento: A Comparação.
Já tinha meus 20 e poucos e todos queriam que eu fosse isso ou aquilo, viam em mim alguma coisa boa e pensavam: “bem que você poderia trabalhar com isso…” ou “deveria casar com esse tipo de pessoa…” ou “com isso você poderia ser a mais…” e os palpites eram incessantes. Hoje eu sei que muitos desses palpites eram sugestões vindas de corações que desejavam o melhor para mim. Eu apenas não sabia administrar bem o que eu ouvia com aquilo que estava dentro de mim, isso até que comecei a escutar Aquele que eu deveria estar escutando SEMPRE.
Comecei uma jornada (que ainda estou caminhando) de ouvir o que deveria fazer, quem eu deveria ser, com Aquele que me conhece melhor que todos: Meu Criador. Confesso que ainda tenho dias difíceis, como ontem a noite. Estava em casa chorando e pensando se estava fazendo algo nobre e muito significante (e para quem está me olhando de fora, pensa, mas é claro está …) mas eu queria ouvir Dele a minha resposta, pois para mim naquele momento não estava parecendo.
Até que Ele veio e me disse: “Meu medidor de sucesso e justiça, nunca será o medidor humano. Eu vejo aquilo que ninguém vê, eu vejo quando me obedece sem ninguém saber, e para mim o mais importante é você deixar que eu venha medir a significância da sua vida. Deixa essa parte comigo.” Apesar de ter sido uma resposta curta e forte, era tudo que eu precisava ouvir.
Que hoje seu coração seja medido apenas por Ele, e que se feche ao ladrão do contentamento. Nosso foco sempre estará em apenas obedecer. O resto é resto. A vida é muito curta para ser comparada, e muito bela para ser colocada em um padrão de tantos humanos inseguros. Mais uma vez, escolho viver diante dos olhos Dele e tirar do meu coração esse ‘bendito’ medidor humano.
-Z.L.
Dayane Eugênio
Mais uma vez: o que eu precisava ouvir/ler! 🙂
Pingback: Cartas Vivas e Bendito Medidor Humano | Ricardo Figueiredo
Fernanda Souza
Eu ouvi essa mesma palavra nesse domingo. E me sentia assim, mesmo depois do culto. E pensei que Deus não tinha me ouvido… :’) mais Ele sempre me ouve e me responde…
Mitch
Zow, isso tem tanto a ver com a minha experiencia, q so Deus sabe. Show. Keep on and thanks for sharing!
Jéssica Rocha
Nossa que sábio. Realmente, a justiça de Deus é bem diferente da nossa. adorei o texto. Fica com Deus 🙂